O profeta Elias é considerado pelos católicos como o pai e fundador da vida
monástica. Segundo registra o livro de Reis o profeta teria vivido a experiência
da vida espiritual ascética e recolhimento na solidão do Monte Carmelo atraindo
vários discípulos, dentre eles o seu precursor Elizeu. Elias é intitulado por
alguns exegetas como o profeta das exceções devido a uma vida prodigiosa e de perfeita
obediência a Deus, sua vida é marcada por acontecimentos extraordinários na fé,
bem como, ser arrebatado em corpo e alma num carro de fogo (II Reis 2, 11), ter
rezado para que não chovesse e de fato não choveu (Tiago 5:17-18), ter clamado
pela chuva depois de uma vasta temporada de seca e de fato Deus mandou a chuva,
ter pedido fogo do céu desafiando os profetas de Baal (I Reis 18,37) e Deus
tê-lo honrado, dentre outros feitos, porém o que mais intriga os teólogos de
todos os tempos é a profecia de que Elias haveria de voltar.
As
escrituras não relatam a morte de Elias, somente registra o estranho episódio
de seu arrebatamento, dando a entender que o mesmo não teria de fato passado
pela morte carnal e a consagrada tradição da Igreja Católica não descarta essa
possibilidade, ainda que por meios ainda não explicados. A Sagrada Escritura,
na versão dos Setenta, diz ter sido ele arrebatado "quasi in coelum"
que traduzindo do latim para o português seria "quase ao céu". E esta
é, comumente, a opinião dos Santos Padres e Doutores da Igreja dos primeiros
séculos.
Para
alguns deles, Elias foi levado ao Paraíso Terrestre, o lugar de onde haviam
sido expulsos Adão e Eva, após cometerem o Pecado Original. Para outros, foi
conduzido para uma região ignorada da terra. Entre os da primeira opinião estão
Santo Irineu, Tertuliano, Santo Isidoro e São Tomás de Aquino, e entre
defensores da segunda opinião está São Gregório Magno. Teodoreto se manifesta
indeciso, por considerar insuficiente os dados das Escrituras para que tal fato
tão extraordinário fosse claro, e assim também pensa São João Crisóstomo e
Santo Agostinho.
E
quanto a sua volta, Elias voltará? e quando será? A história da humanidade tem
seu centro na história da salvação. Seu eixo consubstancia-se na luta entre o
bem e o mal, entre os filhos da luz e os filhos das trevas, entre os que são de
Deus e os sequazes do demônio, conforme ensina São Luís Grignion de Montfort.
Nesta luta que vai durar até o fim do mundo, ocupa o Profeta Elias um lugar
único. Lutador indômito contra os idólatras de seu tempo, arrebatado por Deus
num carro de fogo, ele virá no fim do mundo para combater o Anticristo, segundo
a interpretação de conceituados exegetas, a tradição imemorial, a tradição judaica do Antigo Testamento, bem como a tradição cristã,
ambas acreditam em seu retorno antes da segunda vinda de Cristo e esta crença é
corroborada por várias passagens do antigo e novo Testamento e de livros deuterocanônicos.
O
já citado livro do Eclesiástico é taxativo a esse respeito. Referindo-se ao
profeta, exclama: "Tu, que foste arrebatado num turbilhão de fogo, num
carro puxado por cavalos ardentes. Tu, que foste escolhido pelos decretos dos
tempos para amenizar a cólera do Senhor, para reconciliar o coração dos pais
com os filhos, e para restabelecer as tribos de Jacó" (Eclo 48, 9-10).
E
através do profeta Malaquias, Deus repete essa predição: "Vou mandar-vos o
profeta Elias, antes que venha o grande e temível dia do Senhor, e ele
converterá o coração dos pais para os filhos, e o coração dos filhos para os
pais, de sorte que não mais ferirei de interdito a terra" (Ml 3, 23-24).
De
tal modo a idéia da volta de Elias estava fixa na mente dos judeus, que Jesus
era o próprio profeta Elias em (Mt 16, 14; Lc 9, 8), e igualmente pensaram o
mesmo de São João Batista em (Jo 1, 21), porem João o batista, como se pode ler
no versículo indicado, negou imediatamente que o fosse, embora a palavra afirma
que ele tivesse vindo "no espírito e no poder de Elias, reconduzir os
corações dos pais aos filhos e os rebeldes à sabedoria dos justos, para
preparar ao Senhor um povo bem disposto" (Lc 1, 17).
Acima
de tudo, são decisivas as já citadas palavras de nosso divino Salvador: "E
ele, respondendo, disse-lhes: Elias certamente há de vir (antes de minha
segunda vinda), e restabelecerá todas as coisas" (Mt 17, 11).
Assim,
antes da primeira vinda do Messias ao mundo, São João Batista foi enviado como
precursor. Antes da segunda vinda, próxima do grande e terrível julgamento
final, Elias deverá retornar. Ele, o príncipe dos profetas e prefigura de Nosso
Senhor Jesus Cristo, ainda não terminou sua missão: há quase três milênios
aguarda a chegada do fim dos tempos.
Pintura obra clássica do pintor flamengo do século XV, Dirck Boult (1415 - 1420)
Fonte
de pesquisa:
Mons.
João Clá Dias EP (Revista Arautos do Evangelho, Jul/2002, n. 7, p. 7 à 10).
Revista
Catolicismo, supra citado pelo site Lepanto: http://www.lepanto.com.br/catolicismo/vida-de-santos/santo-elias/
http://www.catolicismo.com.br/
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