Segundo
o Google Trends, “sexo” é uma das palavras mais pesquisadas na internet, sendo digitado
no portal de busca aproximadamente 150.000.000 de vezes... isso mesmo, cento e
cinquenta milhões de vezes a cada 26 segundos, ficando na frente de outras
palavras como por exemplo, “amor”, “perdão”, “oração”, “homem”, “mulher” e
outras mais. Mas o que procuram os internautas quando digitam a palavra “sexo”
na internet? Procuram por sexo mesmo ou
procura pelos seus pseudônimos?
A palavra tem sofrido diversas variações ao longo das décadas, e
chegando a significados completamente contrários. Sexo vem do termo latino "Seccare"
que quer dizer dividir, partir, cortar. O que esta etimologia, especificamente,
pode significar é que a palavra "sexo" transporta consigo a marca da
divisão, do corte, e da incompletude. Aristófanes narra-nos a história de uns
seres originários (os seres andróginos), de natureza dupla, com quatro pernas,
quatro braços, duas cabeças, dois corações e dois sexos. Eram seres de enorme
força, inteligência e orgulho, pelo que decidiram desafiar os deuses na sua
autoridade.
Os deuses, porém, não podiam suportar a arrogância e o sentido de
autonomia de semelhantes seres, pelo que, necessitando embora dos seus serviços,
decidiram cortá-los ao meio, de modo a diminuir o seu poder e pôr fim ao seu
orgulho. Nesta operação, participou não só Zeus, mas também Apolo, seu filho
dilecto. Afirma Aristófanes "O umbigo que está constantemente abaixo dos
seus olhos é a cicatriz dessa vivissecção constitutiva" (Brun, 1994: p.
174). Desde então, "cada metade, suspirando pela sua metade, ia ter com
ela; abraçando os seus corpos, enlaçadas uma na outra, desejando ser um único
ser, acabavam por sucumbir à inanição e, de um modo geral, à incapacidade de
agir, porque nada queriam fazer sem a outra metade. Zeus transporta então os
órgãos sexuais para frente do corpo de cada ser - enquanto estes estavam na
face exterior do corpo - de modo a permitir o acasalamento que assegurasse a
geração da espécie ou a satisfação dos desejos.
No livro de Gênese que narra simbolicamente o surgimento do homem
e da mulher na face da terra, afirma que o homem foi criado a partir do pó da
terra e a mulher veio em seguida para ser sua companheira, sendo extraída da
costela desse homem. O livro ainda relata que naturalmente há no homem e na
mulher uma atração um pelo outro que em certo momento os fará romper com as
estruturas familiares de origem, para viverem juntos e formar uma nova de
definitiva família. “por isso um homem deixará seu pai e sua mãe, e se unirá à
sua mulher.” (Gn 2, 24.). O texto bíblico tem alguma relação com o mito dos
deuses relatado acima por Aristófanes, de certa forma, o Gênese afirma que essa
atração entre homem e mulher é de fato pelo motivo qual um é parte do outro. “sereis
uma só carne!”.
Os significados para a palavra sexo, segundo a língua portuguesa é
de fato a divisão do gênero humano em machos e fêmeas, homens e mulheres. Essa
definição é confirmada pela própria biologia genética do homem, resguardando as
raríssimas exceções, que merecem é claro acompanhamento médico e psicológico, mas
geralmente homem nasce com pênis, órgão sexual que determina a sua masculinidade,
e a mulher nasce com vagina, órgão sexual que determina a sua feminilidade. Há
uma corrente politico-filosófica que quer implantar a esses conceitos a
ideologia de gênero, mas é uma ideologia que só tem ganhado notoriedade devido
aos investimentos de fundações e instituições que defendem outros interesses
que vão muito mais além da questão, porquê do ponto de vista conceitual nem
deveria ter espaço para questionamentos, trata-se de uma verdadeira revolução semântica,
como afirmou alguns especialistas.
A relação sexual, que subentende-se a pratica genital entre homem
e mulher, ou seja, a interação dos órgãos sexuais masculinos em contato com os órgãos
sexuais femininos, é uma prática que deve ser feita com responsabilidade e
sempre aberta à procriação e perpetuação da vida humana, logo, entendemos que o
ideal seria que a pratica sexual estivesse condicionada ao sacramento do
matrimônio. Infelizmente hoje a pratica sexual está cada vez mais
individualista e egoísta, visando apenas a satisfação pessoal, isso não é
pratica sexual com dignidade, isso é pratica de erotismo. Diz o Catecismo da
Igreja Católica que "a união do homem e da mulher no casamento é uma
maneira de imitar na carne a generosidade e a fecundidade do Criador. (...)
Dessa união procedem todas as gerações humanas." (Catecismo da Igreja
Católica, 2335). Diz também o Catecismo que, pela sexualidade, “os esposos
participam do poder criador e da paternidade de Deus.”
A Moral Católica ainda define a relação sexual entre homem e
mulher, devidamente resguardados pelo véu do sacramento do matrimônio, como uma
dádiva de Deus, e tem uma função dupla na vida do casal; ou seja, o carácter
unitivo, para unir afetivamente o casal, e o caráter procriativo, para a procriação
e perpetuação da espécie. Segundo o magistério da Igreja, um sacramento não é
maior que o outro, logo o matrimônio tem igual importância para Deus como o
sacramento da ordem e todos os outros. Se o padre tem o altar, como o centro de
sua vida sacramental, o casal tem em sua câmara nupcial, ou pra ser mais exato,
na sua cama o centro de sua vida sacramental matrimonial. O padre traz Jesus
através do sacrifício eucarístico, e o casal traz a vida através da pratica
sexual sob o véu do matrimonio.
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