Sermão do primeiro Domingo do Advento, por Claudio Roberto da Silva
O
mês de Dezembro é muito especial para o cristianismo, pois marca a comemoração
da natividade de Cristo. Para o católico essa data é ainda mais importante,
pois a liturgia nos leva a vivenciar o grande Advento, estamos em vigília e
oração constante na espera da vinda gloriosa do Rei dos reis. Durante este tempo, os fiéis são exortados
a se prepararam dignamente para celebrar o aniversário da
vinda do Senhor ao mundo como a encarnação do Deus de amor, de maneira que suas almas sejam
moradas adequadas ao Redentor que vem através da Sagrada Comunhão e
da graça, e em conseqüência estejam preparadas para sua
vinda final como juiz, na
morte e no fim
do mundo.
Nesse tempo litúrgico, a Igreja apresenta Maria
como grande modelo e protagonista do advento católico, é inserido no mês
importantes festas Marianas, em preparação ao Natal: Dia 8, festa da Imaculada
Conceição, dia 12, festa de Nossa Senhora de Guadalupe e por fim no dia 29,
festa da sagrada família.
Após a escassez de santidade sobre a terra (Salmo
14, 2), Maria fora escolhida pra gerar o Filho de Deus (Lc. 1, 38), este que
seria a salvação da raça humana, inclusive a sua própria salvação, por
antecipação. Ela esteve ao lado de Jesus em sua tão corrida vida pública (Lc.
11,27), ela é lembrada não somente como aquela que doou a barriga para ser gerado
o Filho-Deus, mas como aquela que ouviu a palavra e a pôs em prática (Lc. 8,21).
Maria é cumprimentada pelo anjo como aquela que é cheia de graça. Se os anjos
são habitantes das regiões celestes, logo sua linguagem toda é do céu, sem
nenhuma interferência humana, dessa forma podemos afirmar que somente por
méritos divinos a ela chamamos de “agraciada” (Lc 1,26). Como se não bastasse a
cheia de graça esteve em pentecostes com os discípulos para receber o Espírito
Santo (At. 2,1ss) dando exemplo aos seus devotos que nunca é demais buscar a
Deus. Maria estava ao pé da Cruz (Jo. 19,24) vendo o
seu filho padecer sem culpa, e logo após a sua morte fora levada para a casa de
João o discípulo amado (Jo. 19. 27). Maria foi testemunha da ressurreição de
seu filho juntamente com os discípulos (Jo. 20,19) e aproximadamente cinqüenta dias
depois já estava congregando com a pequena comunidade apostólica no cenáculo em
pentecostes.
A celebração litúrgica do tempo do
advento nos ajuda a pensar que não é nenhum exagero de hermenêutica dizer que a
mãe do salvador será o amparo dos cristãos no grande dia de sua segunda vinda,
visto que muitos teólogos já afirmaram essa realidade ao longo dos séculos,
tais como, Santo Afonso de Ligório, São Luiz Maria de Monfort e outros grandes
santos e doutores. Ela esteve com Jesus em todos os principais eventos
evangélicos narrados por Lucas e João, porque não estaria nesse que será o grande
evento? Em Fátima Maria disse aos pastorezinhos, dentre eles Lúcia que relatou
ao Bispo de Leiria as palavras tal como ouvira da própria Senhora “Por fim o meu Imaculado
Coração triunfará!”.
No livro do Apocalipce capítulo 12, João o discípulo amado, o mesmo que
levara Maria pra casa (Jo. 19, 27) relata a sua visão “uma mulher revestida de
sol, tendo a lua debaixo de seus pés.” (Ap. 12,1) e nos dá uma idéia de como a
mãe do salvador nos prestará o seu auxilio no advento do grande dia final. Ela
gritava com a ânsia de dar a luz. Neste contexto o Cristo já nos nasceu, seu grito agora porém é
um forte apelo aos cristãos de voltarem novamente os seus olhos para Deus,
Maria nos chama à conversão para escaparmos do vomito da serpente, não é atoa
que em várias aparições de Nossa Senhora ao longo desses dois mil anos de
devoção ela nos exorta “convertei-vos!”
Para aprofundar:
A CANTINA LITERÁRIA selecionou alguns textos de Teologia mariana, postado em anos anteriores para que você possa mergulhar um pouco mais no tema:
Um bom advento a todos e um Feliz Natal!
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