
Não há que se negar que Francisco
tem sido uma esperança de novos tempos para a Igreja. Gostei muito da análise
do filósofo Mario Sergio Cortela, ao comentar a escolha do nome Francisco do
novo papa, fez uma referencia ao sermão de Padre Antonio Vieira que contemplava
uma igreja mais "pastorial" (sic) e menos palacial, que transpassasse
os muros da cátedra e pisasse o chão sofrido do povo, sobretudo do pobre.
Vieira em sua Beatitude vida deve regozijar com o recente pontífice que tem
surpreendido o mundo com a sua teologia de proximidade, de fato é uma primavera
para a Igreja, mas daí concluir que os papados de Bento XVI e João Paulo II foi
o inverno glacial da Igreja de Roma é uma prerrogativa por demais apelativa,
pra não dizer contraditória.
A teologia de Bento XVI foi e
ainda é de suma importância para os desafios dos nossos tempos, seu convite ao
mergulho na doutrina católica e o revigorar das atenções para o Concilio Vaticano
II, talvez seja o forte apelo profético da Igreja de Roma à uma sociedade
fortemente influenciada pelo relativismo prático. É fato que Ratzinger é mais
teólogo que papa, mas considero necessário esse apelo a um verdadeiro
aprofundamento no conhecimento da Igreja para melhor amá-la, e se podemos
conhecê-la um pouco mais através de sua estrutura doutrinal, da ortodoxia e de
sua extensa biblioteca no sagrado magistério, Bento XVI fez bem o seu papel de
pastor.
Aparentemente Bento e Francisco
são distintos, e a última encíclica, escrita por esses dois papas é prova
disso, a quem diga que esse seja o documento à duas penas de dois papas
"divergentes", mas como estudioso da teologia pastoral, presumo que
um não seja igual, melhor ou pior que o outro e sim uma continuidade concreta e
necessária. A centralidade de Bento XVI, que fora interpretado pelo articulista
como fechamento eclesial, consigo enxergar aí um profundo resgate à autoestima
católica e o autoconhecimento eclesial, ovelha que se reconhece ovelha,
enquanto Francisco é o pastor que dela se aproxima para tratá-la e cuidá-la
paternalmente.
Louvado seja a divina providencia que nos possibilitou vivenciar a sua pedagogia através dos três últimos pontífices: João (de Deus), Bento (o abençoado) e Francisco (aquele que vai ao “pobre”).
Louvado seja a divina providencia que nos possibilitou vivenciar a sua pedagogia através dos três últimos pontífices: João (de Deus), Bento (o abençoado) e Francisco (aquele que vai ao “pobre”).
Link do texto analisado:
http://www.estadao.com.br/noticias/cidades%2cpapa-francisco-traz-uma-nova-primavera-da-igreja%2c1056220%2c0.htm
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