Um amigo me alertou dizendo que,
se a gente volta a ouvir as músicas que escutávamos no tempo de outrora, quando
ainda não havíamos experimentado o Senhor, é o mesmo que ter saudades das
cebolas do Egito. Tal metáfora me instigou a reflexão, adoro metáforas!! Elas
sempre rompem com o imediatismo e revelam a profundidade da mensagem que as
palavras às vezes escondem. Mais que de pressa procurei na sagrada escritura,
algo que se relacionasse com a figura apresentada pelo amigo, para que eu
pudesse me contextualizar.
Lá encontrei um povo que,
oprimido pela escravidão de um carrasco Faraó, tentava fugir deserto adentro,
liderados por um líder sem muita experiência em gerenciar conflitos, e que
partia do pressuposto da fé, somente pela fé! Moisés (o líder), era um grande
homem de Deus, porém não podia resolver todos os problemas do povo no deserto,
inclusive a escassez de alimento.
Quando esse povo teve fome, foram
a Moisés reclamar os seus direitos, e ele por sua vez clamou ao Pai, e foi
atendido. Deus enviou um alimento misterioso, o maná, que os alimentou por
vários dias. Como se não bastasse, quando lá pela segunda ou terceira semana
que já estavam saturados de tanto comer aquele alimento, começaram a fazer
sindicatos frente à tenda de Moisés (o líder). E gritavam: - Porque nos tirou
do Egito? Para nos deixar morrer de fome aqui no deserto? Lá pelo menos
tínhamos as cebolas como alimento, e um lugar digno para serem enterrados
nossos corpos!
Daí surgiu a exegese bíblica
“cebolas do Egito”! Em minha leitura, percebi que no Egito, o povo era
massacrado, apanhavam, era privado de ter relações sexuais com suas esposas e
nisso impedido de procriarem, eram proibido de visitar seus parentes em outras
terras, seus corpos eram enterrados em terras estranhas, que para um Judeu é
pior que a própria morte, eram sujeitados a adorarem deuses estranhos criados
por mãos humanas e renegarem ao Deus de seus pais, dentre outras atrocidades!
Se levarmos em consideração, todas
essas intempéries que eram obrigados a passar, as cebolas que comiam era a
única coisa boa que eles tinham, logo, aquele grito do povo, representava um
desabafo próprio daqueles que se deparam com o grande cenário de combate espiritual,
entre as coisas do mundo versus coisas de Deus. Está claro que a cebola neste
contexto é muito mais abrangente do que parece. Eles queriam voltar para a vida
velha. Penso que quanto à música de outrora sendo aludida à cebola do Egito,
não seja o problema apenas o fato de voltar ou continuar a ouvi-las.
Embora em boa parte a musica
secular tenha um conteúdo que degrada cada vez mais a figura do ser humano,
existem algumas que não vejo problema algum em ouvi-las, pelo menos é o que eu
acho. Ainda existem bons compositores que ainda escrevem ou escreveram boas
musicas que falam do amor, da vida, da poesia ou outro assunto. Igual à
metáfora da cebola, vejo que a musica talvez seja a única coisa boa que
tínhamos antes da conversão. Em alguns momentos, eu testifico que na minha
experiência pessoal, lembrar de uma música ou até cantarolá-la serve para
calcular o quanto eu cresci e o quanto a minha vida está melhor agora que estou
em Deus.
Penso também, que o maior
desafio, sobretudo da juventude cristã moderna não está no fato de queimar ou
jogar fora os velhos discos e fitas, como fizemos no passado, mas sim em saber
selecionar o que se deve escutar (ler, assistir e etc.) o que me convém ou não absolver.
Caros jovens, não quero que me interpretem ao bel prazer, e saiam por aí
dizendo e compartilhando que o Claudio Silva está apoiando ouvir musicas “do
mundo”, do contrário, estou orientando-os à não sofrerem com um fardo
demasiadamente pesado, sendo que se ouvirmos os conselhos do apostolo Paulo,
ele nos diria o que já foi escrito: “Tudo nos é permitido, mas nem tudo nos
convém”, saibamos pois estar no mundo e ao mesmo tempo ter a destreza de não
sermos do mundo.
(Texto baseado em um post no site de relacionamento Facebook, meu objetivo de postá-lo aqui na íntegra é provocar uma reflexao mais critériosa - SILVA, Claudio Roberto. Primavera 2012)
https://www.oradorwellingtonalves.com.br/
ResponderExcluir