Nos últimos dias tem se levantado
e em diversos setores, movimentos e pastorais da Igreja, um crescente e
constante interesse de jovens de todas as idades, pela Consagração Total à Santíssima
Virgem pelo método de São Luís Grignion de Montfort, também conhecida como a
Santa Escravidão. Consequentemente há um enorme interesse pela leitura do livro
O Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, que trata sobre e apresenta
o roteiro de da consagração. Isto é sinal de que o mandato evangélico, “E todas
as gerações me proclamarão bem aventurada”, (Lc 2,46) está sendo observado e as
promessas feitas por Nossa Senhora em Fátima já é uma realidade mensurável,
“Enfim, o meu Imaculado Coração triunfará!”.
A Igreja só tem a ganhar com essa
“nova” realidade, pois o apelo à santidade e a busca por conhecimento da Santa
Igreja e o engajamento na vida pastoral e evangelização de outros jovens, é marcante
no ensinamento Monfortino. Mas infelizmente, nem sempre esse regozijo está
estampado na face de todos os agentes de pastorais, muitos leigos ou clérigos
tem se levantado contra a devoção e o método, seja por simples desconhecimento
ou mera implicância, tentando minguar o entusiasmo juvenil. Para isso, resolvi
catalogar dez informações importantes que você precisa saber sobre esta
devoção. Não é, nunca, a minha pretensão construir uma apologética sobre a
devoção ou sobre o santo, pois a própria leitura é uma peça apologética que
dispensa qualquer comentário.
Vamos então aos tópicos:
Top 1 – No primeiro
grau de importância, quero distinguir o livro e a consagração. Muitos me
perguntam se podem se consagrar sem ter lido o livro ou se pode ler o livro sem
se consagrar. Não necessariamente nessa proporção! O livro, como o título já
diz, é um tratado, ou seja, uma obra que tem por fim levar ao conhecimento do
fiel, os principais argumentos sobre como viver a verdadeira devoção à Maria.
Eu diria que é uma leitura indispensável pra todo católico, devoto ou não,
consagrado ou não. A consagração é uma consequência, uma resposta à leitura e
ao compromisso feito de amar a Jesus mais perfeitamente por meio de Maria, logo
é natural que alguém que o leia tenha o desejo de se consagrar, ao passo que, também
não recomendaria fazer a consagração por esse método sem que se tenha lido a
obra.
Top 2 – Já são
300 anos desde que fora escrito e o seu fascínio não diminui, do contrario cada
vez aumenta mais, sobretudo entre os jovens. O que muitos não sabem é que, Tratado
da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, não é o título original do livro
dado por São Luís Grignion de Montfort.
Esse título na verdade fora dado por editores posteriores centenas de
anos depois quando o mesmo fora reencontrado. Segundo especialistas e
catalogadores, o título original do livro dado pelo autor seria Manual para o
Reino de Deus. Pelo título compreendemos que o real intuito de sua leitura é preparar um povo bem disposto para propagar
e viver o Reino de Deus.
Top 3 –
Segundo relata o próprio São Luiz, Satanás atentaria violentamente contra esse
projeto, justamente por seu conteúdo levar facilmente as almas a reconhecer e
amar Jesus Cristo por intermédio de sua Mãe. “Vejo animais frementes que se
precipitam furiosos para destruir com seus dentes diabólicos este pequeno
manuscrito e aquele de quem o Espírito Santo se serviu para compô-lo, ou ao
menos para fazê-lo ficar escondido no silêncio de um baú a fim de que não
apareça” (T.V.D. 112). E cumprindo a profecia, o livro desaparecera por mais de
100 anos, alguns hagiográficos dizem que fora escondido pelo próprio demônio.
Foi reencontrado sem capa, faltando as primeiras e as últimas páginas, daí fora
dado o atual título.
Top 4 – A
consagração à Maria não é de propriedade de São Luiz Maria de Montfort, nem das
congregações fundadas por ele! Devemos lembrar que a Escravidão à Jesus por
meio de Maria é apenas um método, dentre outros diversos, o consagrar-se a Mãe
de Jesus faz parte do depósito da tradição dos santos e da Igreja de sempre. Ao
que me parece, o pregador iniciou a sua jornada, inicialmente promovendo o
santo Rosário e a devoção Mariana, muitos se convertiam diante de seu inflamado
sermão e imediatamente procuravam-no em busca de direcionamento, por sua vez
ele recomendava que fossem firmes no Santo Rosário, e isso já era a consagração.
Com o passar dos anos, por causa dos inúmeros frutos, foi formulando um método
que resumisse o que ele ensinava. O próprio Santo relata histórias de santos e santas
consagrados e diversas devoções de consagração anteriores a ele. Os primeiros
relatos da consagração à Escravidão à Jesus por Maria se encontra na vida de
São João Eudes. São Domingos de Gusmão por exemplo, promovia a consagração por
meio das Confrarias do Santo Rosário, os Jesuítas promoviam Congregações
Marianas, mais conhecidos como os “congregados marianos”, uma verdadeira escola
de Santos. O que São Luiz fez foi compactar essas boas práticas de consagração e
formular um método que ficou famoso justamente por contemplar uma grande
eficácia e praticidade, além dos inúmeros frutos, é claro!
Top 5 – Qualquer
leigo pode e deve consagrar, não é só para celibatários ou religiosos e nem
somente para os leigos. É evidente que a castidade deve ser vivido em todos os
estados de vida, é sempre uma virtude e graça como auxilio na caminhada. Porem
devemos alertar, que nem mesmo o pecado desabona a consagração. A verdade é que
a consagração nos ensina e nos dá ferramentas pra se viver a santidade. Se caiu
no pecado, levanta, corre para o confessionário e bola pra frente, você não
deixou de ser um consagrado por isso. Aqui vale lembrar que o convite à
santidade é uma marca expressiva para os que querem ser consagrados,
independente do seu estado de vida, condição social ou vocação.
Top 6 – “A Escravidão
à Jesus por Maria” segundo o método de São Luiz Maria de Montfort, nada mais é
que um convite à reforçar os votos batismais, nem precisaria da consagração se
todos nós os batizados fizéssemos lembrança do que nos comprometemos no batismo.
Somos convidados a renovar sempre as promessas batismais, a renunciar o pecado
e ao demônio principio e autor de todos os males. Somos convidados a renovar e
defender nossa fé na Santa Igreja Católica e os demais parágrafos de nossa profissão
de fé.
Top 7 – Não, você
não é obrigado a rezar o Rosário diariamente, condicionando se vai permanecer
ou se vai perder a consagração! É claro que nossa própria consciência nos
levará a rezar um pouco mais do que rezamos, afinal de contas “a quem muito foi
dado muito será cobrado”, mas contudo, Deus não estabelece limites e condições.
São Luiz está muito mais preocupado na maior interioridade com Maria e Jesus do
que em multiplicar o numero de rosários que se reza. Leia o livro com atenção e
verá que além do Rosário, há outras devoções recomendadas para mantermos essa
união com Cristo e sua Santa Mãe, bem como, a Oração do Angelus, A Ave do Mar
Estrela, as ladainhas, a Coroinha de Nossa Senhora e outros.
Top 8 – Não, você
não é obrigado a usar a cadeia! Calma, deixa eu explicar! A lógica aqui é a
mesma do item anterior. A cadeinha, é uma corrente com cadeado, que o fiel
coloca no braço, na perna ou na cintura, sinalizando sua pertença à Senhora e à
Jesus, proposto por São Luiz. Esses são os elementos externos da consagração, a
interioridade deve ser muito mais levada em consideração e ocupar o trono de
nossas ambições. Mas preciso dizer também, que se é um método, com todas as
suas características, por que não fazer como se propõem? Se for pra consagrar e
não valorizar esses elementos externos, não há problema em procurar outro
método de consagração simples, e vale lembrar que esses elementos nos valem didaticamente
para nos lembrar e são sinais visíveis de nosso proposito.
Top 9 – Padre Gabriele
Amorth, conhecido exorcista e demonólogo do Vaticano, relatou recentemente, que
num exorcismo ministrado por ele, o demônio foi obrigado a confessar que o
livro “O Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, é um dos livros
mais odiados por todo o inferno, por que todos os que têm acesso a essa obra, além
de se tornarem consagrados à Maria que é a causa de sua perdição, esses
tornam-se verdadeiros combatentes do inferno. Esse Top 9 serve pra incentivar você
que tem tido o desejo de se consagrar e até hoje tenta tomar ânimo de o fazer,
não se engane, esse desânimo pode ser uma tentação do demônio para te impedir
de desfrutar desse deleite.
Top 10 – Há diversos relatos na vida dos santos
que foram influenciados por essa obra e se comprometeram com a consagração, São
João Maria Vianney, São João Bosco, São Domingos Sávio, Santa Terezinha, Santa
Gema Galgani, São Pio X, São Pio de Pietrelcina e tantos outros santos e santas
do nosso tempo. Há um relato na história de Santa Gema que um dia aparecera em
seu leito um exemplar do Tratado, os amigos e familiares perguntaram-na quem
havia deixado o livro ali e ela com muita tranquilidade disse: “Nossa Senhora
quem me trouxe o livro!” e muito testemunharam que naquela tarde ninguém entrou
no quarto. Mas nunca poderia deixar de citar o grande São João Paulo II, que
não só era um consagrado, como usava a cadeia, e declarou por diversas vezes
que o Tratado era o seu livro de cabeceira, declarava sua grande afeição à São
Luiz e o colocou o “Totus Tuus” como o lema de seu pontificado. No 50º de sua ordenação, em seu discurso ele
nos deixou esse incrível testemunho: “Houve um momento no qual de certa forma
pus em questão o meu culto por Maria considerando que ele, dilatando-se
excessivamente, acabasse por comprometer a supremacia do culto devido a Cristo.
Então serviu-me de ajuda o livro de São Luís Maria Grignion de Montfort com o
título Tratado da verdadeira
devoção à Santíssima Virgem. Encontrei nele a resposta às
minhas perplexidades. ”.
Curiosidade: Frei
Galvão, o Tratado e a sua Escravidão:
Santo Antônio
de Sant’Anna Galvão, o primeiro santo brasileiro, que se consagrou a Nossa
Senhora em 17664,
segundo o método do Tratado, 50 anos depois da morte de São Luís Maria. Se conhecermos
a história do Livro, saberemos que este foi um fato extraordinário. Pois, hoje
em dia temos o Tratado publicado por várias editoras, em vários idiomas, mas
naquela época este verdadeiro Tesouro de
espiritualidade mariana estava escondido no fundo de um baú. O
manuscrito do Tratado só foi encontrado em 1842, 76 anos depois da
consagração de Frei Galvão. O Santo brasileiro muito provavelmente teve
acesso aos ensinamentos do Santo de Montfort através de alguém que veio da
França para o Brasil.
Sites e links indicados para consulta e conhecer melhor a Devoção à Santa Escravidão e a Consagração Total
http://consagrate.com/
https://padrepauloricardo.org/blog/a-vida-de-sao-luis-maria-grignion-de-montfort
http://www.arcademaria.com/index.php?option=com_content&view=article&id=531:a-vida-de-sao-luis-maria-grignion-de-montfort&catid=16:geral&Itemid=44&lang=pt
http://www.padrerodrigomaria.com.br/a-santa-escravidao-de-amor/
http://blog.cancaonova.com/tododemaria/6a-campanha-de-consagracoes-a-maria/
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