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REVOLUÇÃO DOS BICHOS (parte II): A CONFERÊNCIA DOS RATOS



Foi quando o terror pairou sobre o esconderijo dos ratos, esse que já não era mais tão escondido, pois além de ter chegado ao conhecimento do dono da casa que por ali moravam, também os gatos ficaram sabendo que “nunca, em toda história desse país”, o seu alimento preferido esteve tão perto de suas mesas. A situação beirava o verdadeiro caos social, as crianças ficavam trancafiadas em seus berços, sem poder ao menos dar as caras na porta, os pais não saiam mais de casa para angariar o queijo de cada dia. Vez ou outra havia alguns aventureiros que teimavam em sair e não mais voltavam pra suas casas, daí os boatos rodavam de que virara comida do tal gato pançudo. Não sei quantas missas foram rezadas em honra desses corajosos mártires.

Numa noite em que reuniam todos na grande sala para celebrar os dez anos daquela terrível opressão do medo, tentavam discutir como seria a sobrevivência da espécie para os próximos dez anos e como minimizar ao máximo os impactos psicológicos nas novas gerações que estavam crescendo, afim de que pudessem sobreviver apesar do medo, e por fim decidiam que as mulheres mais novas estudariam novas tecnologias para produzir o próprio alimento sem precisar que seus maridos saíssem de casa para buscar comida. Estabeleceram que, estaria escrito no topo do livro das regras que ninguém, por nenhum motivo sairia da toca sem o aviso prévio.

De repente, um jovem que a tudo escutava silenciosamente, subiu em uma mesa mais alta, tomou a palavra e se pôs a discursar freneticamente:

 “- Meus caros irmãos e irmãs, ha mais de dez anos que vejo essa comunidade viver sobre a opressão do medo, não podemos mais ser prisioneiros de um sistema onde os nossos medos são as chaves para as nossas algemas, devemos enfrentar nossos medos e vencê-los.” Todos o aplaudiram ininterruptamente. E continuou o mancebo, em seu discurso inflamado: “- Eu tenho a solução para os nossos problemas!” Todos o escutavam atônito: “- Vamos amarrar uma pequena sineta no rabo do gato, afim de que, saberemos da localização exata do nosso arqui-inimigo, daí poderemos sair tranquilo de nossas casas e só voltaremos quando ouvirmos o sino tocar, pois saberemos que o perigo se aproxima, e a partir daí voltaremos a ter nossas vidas normalizadas!”.

 “– Viva... viva!”

Todos gritavam atônitos e em uníssono. Foi uma verdadeira euforia, todos ficaram espantados diante de tamanha sabedoria, alguns o aclamavam como o salvador da pátria, e diziam: “- Até que em fim os nossos problemas acabaram, seremos novamente livres e felizes... ‘viva a sabedoria dos jovens!’”. Um velho rato de bengala, que devido à idade avançada, não fora convocado para a conferência, passava por ali e ouviu todo o relato pela boca do próprio jovem que numa roda de amigos se gabava e repetia presunçosamente as principais partes de seu discurso.

O silencio sepulcral pairou sobre toda a sala e todos olharam simultaneamente para a cena, quando o ancião tocou o ombro do jovem gênio e o indagou:

“- Sem sombras de dúvida que se trata de uma excelente ideia, meu caro jovem, mas acho que se esqueceram de um pequeno detalhe! ‘Quem ira até o gato PRA AMARRAR O SINO EM SEU RABO?’”

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