A exploração da
linguagem, sua interpretação, a etimologia, o uso daquela em
argumentações e questões de todo gênero ocupou a mente humana por
milênios. “A retórica é a contraparte da dialética. Ambas referem-se de
maneira semelhante às coisas assim como são percebidas pelo conhecimento
geral do homem. Por isso todo homem utiliza as duas , já que todos os
homens procuram fazer declarações e mantê-las para defender a si
próprios e atacar aos outros” (Aristóteles, Retórica). Os fonemas são
símbolos das inclinações da alma e os sinais escritos símbolos dos
fonemas. Caso emblemático a homofobia.
Assim, qualquer crítica, qualquer reflexão que indique que a
homossexualidade representa uma dificuldade psíquica na elaboração da
identidade sexual ou ainda, o fato de lembrar que a prática homossexual
não é moralmente correta e que a maior parte das religiões a considera
como uma contradição antropológica contra os valores universais e que
somente a relação matrimonial homem-mulher é a base da sociedade e do
direito, tudo isso é julgado como racismo, discriminação ou com o fonema
de moda: homofobia.
Constata-se frequentemente em nome de uma determinada orientação sexual, a homossexualidade, a determinação ideológica de mudar a sociedade, considerada injusta porque fundamentada unicamente a partir da relação matrimonial formada por um homem e uma mulher. A literatura militante gay exige a denúncia do peso incômodo para ela, da diferença sexual, da normalidade conjugal e familiar. Todo um sistema de policiamento das ideias e controle do pensamento dispõe-se assim, a combater a “discriminação” de que os homossexuais seriam objeto.
O objetivo dessa linguagem ideológica consiste em culpabilizar a sociedade utilizando também a intimidação, que manipula e domestica os dados da história, do direito e da democracia. Até agora os efeitos dessa linguagem estão visíveis. Mas, não há nada discriminatório em afirmar que não existem senão homens e mulheres que se casam e se tornam pais. É justo culpabilizar por este motivo à sociedade? ........ não pode reconhecer senão a relação homem e mulher e não “tendências” sexuais. Casam-se porque são homem e mulher e não em função de sua tendência heterossexual. Que discriminação, que homofobia pode existir nesta realidade fundante?
A estratégia do controle ideológico e de censura intelectual desenvolvida por alguns movimentos gay, faz acontecer ideologicamente um sistema de repressão com o qual já começou a se identificar de modo especial no Brasil, uma parte dos responsáveis políticos sob a pressão de associações militantes gay e com a cumplicidade de determinada mídia. Essas associações desenvolvem um papel de censura moral apresentando a homossexualidade geralmente de modo simplista e sentimental.
Desse modo, como é evidente no nosso país, a homossexualidade tornou-se uma arma política e o envolvimento dos homossexuais na vida política para alcançar os seus intentos, uma prioridade. A nível Internacional, realizam ações de pressão junto a diversos órgãos da ONU, do Parlamento Europeu de Estrasburgo, da Comissão Europeia de Bruxelas... Dessa forma, texto sobre casal, família e casamento são modificados sob influência de uma minoria ativa, que se torna dominante sem ser majoritária (Cfr.para tudo isto o Artigo de Tony Anatrella, Lexicon da Família e a Vida, CNBB 2007,Págs 469-482).
O argumento publicitário mais utilizado por associações homossexuais quando são confrontadas com argumentações que não são capazes de discutir, nem de contradizer é o da “homofobia”. Esta noção de homofobia utilizada durante o desfile Gay de 1999 tornou-se um termo fetiche. Este inibe qualquer reflexão e procura estigmatizar quem considera que socialmente a homossexualidade é um problema.
“A homofobia é um produto da ansiedade da psicologia homossexual. Em nome dela, seus militantes querem, antes de tudo, culpabilizar os heterossexuais... Na realidade, este ataque intelectual sem trégua de determinados homossexuais ( Não de todos) está unido a um fantasma primário do qual eles dependem e que não é outro senão a heterofobia, ou seja, o medo do outro sexo, do que é estranho ao próprio sexo, daquela diferença sexual que é a fonte e raiz de alteridade...Devemos repeti-lo. É a pessoa que é digna de respeito, de direitos e de deveres e não uma tendência sexual, que se pode apoiar sobre bases problemáticas” (Ibid. 478).
Assim, a ideologia homofóbica não é a causa menor da perda do sentido do bem comum, nem do desprezo da lei moral, demonstrando assim, a perda das referências fundamentais como a diferença sexual a simbologia que a acompanha. O matrimônio como compromisso em nome do amor e da família, a procriação humanizada, o respeito aos direitos da criança...
Soure, 3 de Junho de 2013
Dom José Luis Azcona
Bispo do Marajó
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