Pular para o conteúdo principal

HOMOFOBIA VERSUS IDEOLOGIA: POR DOM JOSÉ LUIZ AZCONA (BISPO DA IGREJA IRMÃ DO MARAJÓ)


A exploração da linguagem, sua interpretação, a etimologia, o uso daquela em argumentações e questões de todo gênero ocupou a mente humana por milênios. “A retórica é a contraparte da dialética. Ambas referem-se de maneira semelhante às coisas assim como são percebidas pelo conhecimento geral do homem. Por isso todo homem utiliza as duas , já que  todos os homens procuram fazer  declarações e mantê-las para defender a si próprios e atacar aos outros” (Aristóteles, Retórica). Os fonemas são símbolos das inclinações da alma e os sinais escritos símbolos dos fonemas. Caso emblemático a homofobia.

Assim, qualquer crítica, qualquer reflexão que indique que a homossexualidade representa uma dificuldade psíquica na elaboração da identidade sexual ou ainda, o fato de lembrar que a prática homossexual não é moralmente correta e que a maior parte das religiões a considera como uma contradição antropológica contra os valores universais e que somente a relação  matrimonial homem-mulher é a base da sociedade e do direito, tudo isso é julgado como racismo, discriminação ou com o fonema de moda: homofobia.

Constata-se frequentemente em nome de uma determinada orientação sexual, a homossexualidade, a determinação ideológica de mudar a sociedade, considerada injusta porque fundamentada unicamente a partir da relação matrimonial formada por um homem e uma mulher. A literatura militante gay exige a denúncia do peso incômodo para ela, da diferença sexual, da normalidade conjugal e familiar. Todo um sistema de policiamento das ideias e controle do pensamento dispõe-se assim, a combater a “discriminação” de que os homossexuais seriam objeto.

O objetivo dessa linguagem ideológica consiste em culpabilizar a sociedade utilizando também a intimidação, que manipula e domestica os dados da história, do direito e da democracia. Até agora os efeitos dessa linguagem estão visíveis. Mas, não há nada discriminatório em afirmar que não existem senão homens e mulheres que se casam e se tornam pais. É justo culpabilizar por este motivo à sociedade? ........ não pode reconhecer senão a relação homem e mulher  e não “tendências” sexuais. Casam-se porque são homem e mulher e não em função de sua tendência heterossexual. Que discriminação, que homofobia pode existir nesta realidade fundante?

A estratégia do controle ideológico e de censura intelectual desenvolvida por alguns movimentos gay, faz acontecer ideologicamente um sistema de repressão com o qual já começou a se identificar de modo especial no Brasil, uma parte dos responsáveis políticos sob a pressão de associações militantes gay e com a cumplicidade de determinada mídia. Essas associações desenvolvem um papel de censura moral apresentando a homossexualidade geralmente de modo simplista e sentimental.

Desse modo, como é evidente no nosso país, a homossexualidade tornou-se uma arma política e o envolvimento dos homossexuais na vida política para alcançar os seus intentos, uma prioridade. A nível Internacional, realizam ações de pressão junto a diversos órgãos da ONU, do Parlamento Europeu de Estrasburgo, da Comissão Europeia de Bruxelas... Dessa forma, texto sobre casal, família e casamento são modificados sob influência de uma minoria ativa, que se torna dominante sem ser majoritária (Cfr.para tudo isto o Artigo de Tony Anatrella, Lexicon da Família e a Vida, CNBB 2007,Págs 469-482).

O argumento publicitário mais utilizado por associações homossexuais quando são confrontadas com argumentações que não são capazes de discutir, nem de contradizer é o da “homofobia”. Esta noção de homofobia utilizada durante o desfile Gay de 1999 tornou-se um termo fetiche. Este inibe qualquer reflexão e procura estigmatizar quem considera que socialmente a homossexualidade é um problema.

“A homofobia é um produto da ansiedade da psicologia homossexual. Em nome dela, seus militantes querem, antes de tudo, culpabilizar os heterossexuais... Na realidade, este ataque intelectual sem trégua de determinados homossexuais ( Não de todos) está unido a um fantasma primário do qual eles dependem e que não é outro senão a heterofobia, ou seja, o medo do outro sexo, do que é estranho ao próprio sexo, daquela diferença sexual que é a fonte e raiz de alteridade...Devemos repeti-lo. É a pessoa  que é digna de respeito, de direitos e de deveres e não uma tendência sexual, que se pode apoiar sobre bases problemáticas” (Ibid. 478).

Assim, a ideologia homofóbica não é a causa menor da perda do sentido do bem comum, nem do desprezo da lei moral, demonstrando assim, a perda das referências fundamentais como a diferença sexual a simbologia que a acompanha. O matrimônio como compromisso em nome do amor e da família, a procriação humanizada, o respeito aos direitos da criança...

Soure, 3 de Junho de 2013

Dom José Luis Azcona
Bispo do Marajó

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

SÃO FILOMENO OU SÃO GENÉSIO: O SANTO PALHAÇO

Em 287 da era cristã, o Imperador Diocleciano – grande perseguidor de cristãos – baixou uma lei que deveria ser cumprida imediatamente: todos os cidadãos deveriam prestar homenagem pública aos deuses pagãos. Foi quando um cristão rico e pragmático acreditou ter encontrado uma saída para fi car bem com Deus e com o Imperador. Resolveu contratar o mais famoso dos stupidus , Philemon, emérito imitador, para representar uma farsa: ir até o templo, substituindo-o, e lá cumprir as obrigações com os deuses em seu nome. O palhaço disfarçou-se com perfeição e já ia começar seus rituais quando, de repente, dá um grito: “Não o farei!” Todos se espantam, e imediatamente ele é reconhecido. Alguém rindo diz: “É Philemon, o stupidus !” E logo todo o templo começa a rir da mais nova piada do palhaço. Mas não, não era uma piada. Philemon recebera a graça divina e acabara de se converter. Tomado pela fé no Deus único, continua gritando que jamais prestaria homenagem aos falsos deuses...

SÃO DOMINGOS E OS DOMINICANOS (DOMINI CANES): "OS CÃES DE GUARDA DA FÉ CATÓLICA"

                                                                          A Igreja Católica comemora no dia 08 de Agosto a festa litúrgica de São Domingos de Gusmão o fundador da Ordem dos pregadores, (os Dominicanos). O São Domingos está entre os santos mais populares da Igreja Católica, porem o que poucos sabem é sobre a origem semântica do nome da Ordem dos Dominicanos por ele fundada. Há quem acredite, como esse que vos fala, que o nome Dominicano venha de uma derivação do nome de seu fundador Domingos, como acontece geralmente em outras congregações católicas, Franciscanos de São Francisco, Agostinianos de Santo Agostinho...

VOCALISTA DA BANDA DE FORRO LIMÃO COM MEL, BATISTA LIMA, SE CONVERTE AO CATOLICISMO!

Toda semana vamos tentar postar aqui testemunho de homens e mulheres famosos que tiveram suas vidas tranformadas pela palavra de Deus, através da igreja católica, vamos começar com esse jovem dono de uma voz maravilhosa e de uma notável criatividade. Batista Lima, vocalista da Banda Limão com Mel . Batista Lima é o nome do jovem talentoso, personagem desse belo testemunho de encontro com Deus e restauração da família. Do sobrenome Lima nasceu o nome da banda de forro Limão com Mel, banda pernambucana de grande sucesso. A banda surgiu em 1990 e ganhou notoriedade ao incrementar instrumentos exóticos que até então não eram muito comuns nos estúdios da época. No inicio a banda cantava vários estilos musicais, até que em meados de 1993 decidiram pelo forro, devido a grande aceitação do publico. O grupo tem em suas letras e arranjos influencias musicais nos mais diversos estilos e bandas; Roberto Carlos, Zeze de Camargo e Luciano, Roupa Nova são alguns exemplos. A banda alca...