O texto refutado foi postado no Blog da Associação Santo Atanásio. Confira na íntegra!
Diante de todas as falácias e
argumentações questionáveis do autor sobre o assunto, destaco uma verdade
fundamental que eu concordo plenamente. Voce disse que iria tentar algumas
observações pontuais sobre os perígos
das novas comunidades, de fato ha perígos a serem observados para não
cairmos em erros, porem não somente nas novas comunidades mas em todas as
esferas eclesiais. No proprio tradicionalismo que tem o meu apreço, há perigos
terríveis e pra citar os exageiros fundamentalistas que vejo proliferar sobretudo
pela internet que virou um salão paroquial desses chamados sofativistas
católicos. Isso é normal acontecer e se de fato não tomarmos cuidado em podar
os excessos o que é perigo tona-se em triste realidade (ex: de Tradicionalistas
à sevacatistas e de sevacantista à conclavistas e etc.).
No inicio do periodo do
monaquismo fundado por Santo Antão (251) muitos católicos, inspirados pelo
estilo de vida monastica do santo passaram a viver a vida solitária a despeito
de suas proprias criatividades, monges que procuravam viver isolados em arvores
(monaquismos dentrita), monges que pra se santificarem viviam empoeirados (Monaquismo estilitas)
dentre outros absurdos frutos de uma boa intensão mas puramente de inspiração humana,
foi preciso que São Basílio se levantasse como o grande organizador dos
mosteiros do oriente, isso não foi da noite pro dia, duraram oitenta anos
(BORGES & FRANCO, 2011. Pag 52) Veja que até mesmo o monaquismo citado pelo
autor como modelo de vida eclesial tiveram os seus perigos, aliás o perigo é
proprio de quem se envolve no processo. Quem se ocupa a apenas apontar o dedo
não corre esse risco.
O único remédio é estar com a
Igreja, está com os ouvidos sempre atentos ao que diz a Igreja, pois dizia
Santo Hilário de Poitiers, considerado por seus paroquianos como o “Santo
Atanásio” do ocidente que “foi sempre privilégio da Igreja vencer quando é
ferida, progredir quando é abandonada, crescer em ciencia quando é atacada”.
Veja que o santo sentencia que quando somos atacados com a Igreja crescemos em
ciencia e sabedoria, é o que as novas comunidades e a RCC tem feito, ambos não
têm uma teologia própria, não possui um posicionamento teológico específico
como vários outros movimentos possuem, sua teologia está no Magistério, na
Tradição e nas Escrituras. As novas comunidades devem sempre recorrer à Igreja
para se fundamentar e a voz do papa é o seu posicionamento teologico, e se
ainda ocorrem esses e outros exageiros por aí, em alguma comunidade ou grupo da
RCC que esse site gosta de mostrar, não quer dizer que todo o movimento está
comprometido, como os monges dendritas não barraram a experiencia monasticas
que tantos frutos deram e ainda dão à Igreja, como tambem não quer dizer que os
exageiros dos tradicionalistas conclavistas e sevacantistas anulam os grandes
beneficios que o movimento tem trazido para as reflexões sobres os desafios da
Igreja frente a revolução humanista moderna de nossos dias.
Outro absurdo que o autor do
texto comete é dizer que umas das caracteristicas das Novas Comunidades é a
clericalização dos leigos, trata-se de uma falácia do espantálho. Em sua
essencia o movimento das Novas Cominidades bem como a Renovação Carismática
católica está em perfeita consonacia com os principais documentos papais e as
exigencias pastorais tão desejadas pelos três ultimos papas no quesito à
participação do leigo, é o que o Concílio Vaticano II chamou de novo
protagonismo leigo no processo de cristianização da sociedade, mas é claro que
o ant-espirito conciliar tratou de interpretar e propagandiá-lo como a
clerização do leigo que não tem nada de verdade.
Ao contrario do que o autor
afirma aqui, a Igreja sempre contou com a participação do leigo, mas sempre o
exortou a reconhecer o seu lugar, que não é o lugar do sacerdote. Como se não
bastasse os absurdos, o mesmo ainda insistiu para justificar a afirmativa que a
pregação e o direcionamento espiritual é função exclusiva de padres e nunca de
leigos, ora, nunca ouvi tamanha besteira, com o perdão da palavra. Varios
leigos tiveram papel fundamental na pregação católica e no direcionamento
espiritual, pra citar alguns são santos e beatos como: Beato Guilherme de
Tolosa, São Francisco, Santa Catarina de Sena, Santa Fautina, São Martinho e
tantos outros. Honestamente não acredito que o autor acredita nesse absurdo de
que o leigo não pode pregar e nem direcionar (ou pastorear), deve ter sido um
descuido textual que fora postado sem a devida correção.
Ao final do texto o autor cai
numa vizível contradição, ele afirma “Não quero
também afirmar neste texto que não há ação da Divina Providencia nestas
comunidades” e logo a baixo diz que essas mesmas novas comunidades
colaboram para a destruição da Igreja. Eu entendi direito ou ele esta dizendo
que uma mesma instituição tem o patrocino da Divina providencia e ao mesmo
tempo do destruidor? Eu diria ser muita incoerencia se o texto não fosse um
mero desabafo de um ex-membro de ambos movimentos como ele mesmo afirmou ser
por 05 anos no início do texto.
Para concluir minha análise,
quero discorrer sobre a relação entre a RCC e o pentecostalismo, que
basecamente é o fundamento da aversão de certos tradicionalistas que inclusive
serviu de base para os questionamentos do autor nesse texto, ao relacionar as
novas comunidades com os carismáticos. Tomarei o devido cuidado para não deixar
entender que eu concordo tambem com os exageiros que por ventura venha ocorrer
por aí. Geralmente os inimigos dessa espiritualidade dizem que o
pentecostalismo da RCC teria sido condenado pelo papa Leão XIII e seu
predecessor Pio X. Os mais compromissados com o bom debate têm o cuidado de
citar o documento base para esse argumento, que é a encíclica Pascendi Domici
Grecis de Pio X. Ora, eles constroem um espantálho da pseudo verdade, em
seguida espanca esse espantalho dizendo está espancando a propria verdade, é a
tecnica da falácia do espantálho novamente sendo usada. Na enciclica o papa
Leão se levanta como um verdadeiro leão furioso contra os perigos das heresias
do modernismo que começava a se espandir e se difundir ainda em seu tempo.
Esses papas não a condenaram, até
porque não são contemporaneo à genese do
movimento que nasceu a pouco mais de cinco decadas. Basta ler o documento
citado com olhar atento e verá que o que o papa esta condenando e ainda permanece
sendo a principal ameça da Igreja não é a espiritualidade pentecostal
carismática e sim as novas propostas sincretistas modernas que mais se
aproximavam do gnosticismo.
Essa nomeclatura “pentecostal”
soa quase como um xingamento aos ouvidos tradicionalistas, mas nunca foi
problema para a tradição, varios biógrafos a usaram para demostrar o quanto
alguns santos eram absortos na entrega ao espirito de Deus e a mistica dos atos
dos apostolos. Por exemplo o principal biógrafo de Santo Inácio de Loyola qual
não me recordo o nome agora dizia que Ignácio e seus primeiros companheiros
eram chamados de os pentecostais do século dezesseis. A mesma expressão é
encontrado na hagiologia dominicana e franciscana que dizem que alguns
fenomenos como a oração em linguas aconteciam regularmente, alem da evidencia
biblica de pentecostes a qual deriva a expressão pentecostal. O que pode nos
dar um pouco mais de trabalho é o Magistério, que requer uma pesquisa mais
cuidadosa para fundamentar essa experiencia eclesial, mas se a Igreja afirma
que um papa é o guardião do Magistério e o defensor de sua integridade, em sua
essencia tanto as Novas Comunidades quanto a RCC pode descansar seguro no
regaço acolhedor da Igreja, pois desde o seu surgimento todos os papas contemporâneos
lhe tiveram apreço declarado, inclusive conselhos e orientação proprias
direcionados ao movimento.
Agora não quer dizer que eles
estão imunes aos perigos dos exageiros, nenhum movimento de Igreja está imune
aos perigos dos extremos. Por exemplo, pessoalmente vejo que o foco totalmente
direcionado a curas e milagres é um perigo, o exclusivismo carismático é um
perigo, a tentativa de imitar os pentecostais protestantes é um perigo, mas por
maior e preocupante que seja, esses detalhes não ofuscam nem de longe os seus
beneficios para os apelos da nova evangelização da Igreja.
Termino minha “breve” dicertação
pedindo a intercessão de Santo Atanásio, o eximio defensor da Igreja, que nos
dê temperança de saber defendê-la e reconhecer quem são seus reais inimigos!
Santo Atanásio rogai por nós!
“O Senhor ordena que todos que
foram salvos que dêem um brado de vitória!”. Alguns tradicionalistas talvés não
cumpririam essa ordem de Santo Atanásio
porque acham que “bradar” e vitória é coisa de carismático!
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