Não, não será um artigo escatológico e nem de teoria da conspiração, leio muito sobre esses assuntos, mas ainda não me sinto seguro de tecer algum comentário que seja relevante expressivo ao leitor. Por entender que sua leitura também é de extrema necessidade eu já postei um ou outro texto de outros pesquisadores aqui em minha Cantina Literária. A escolha lexical “Bestas do apocalipse” do título não são as mesmas bestas que João relatou ter visto na ilha de Pátmos, mas suas ameaças têm um parentesco próximo. Nos últimos anos deu-se início a uma febre coletiva, todo mundo se tornou especialista em catolicismo, desde o barbeiro da esquina até os teólogos progressistas da TV, todos querem comentar do assunto sem o menor rigor. Têm bestas por aí falando cada lorota que dá até medo, e infelizmente são essas bestas é que ganham espaço nas mídias e acabam sendo ouvidas pela multidão. É de praxe ouví-los dizer: “Como disse o papa, três pontos...”, “ A igreja está mais aberta a... três pontos” “Sou católico, mas... três pontos” “eu não sou católico mas posso dizer que...três pontos”.
Essas reticencias indicam que
depois da primeira oração geralmente vem uma lorota daquelas e que certamente
não foi o que locutor supracitado realmente disse ou quis dizer. Ninguém se
preocupa com a complexidade que é a nossa religião, dessa forma suas opiniões e
análises geralmente partem do senso comum e caem numa inverdade mascarada, além
ser recheadas de preconcepções falaciosas. Exemplo disso foi a declaração do
Papa Francisco sobre o Lobby gay. Ao ser interpelado pelos jornalistas sobre qual
seria a sua opinião a cerca do seu posicionamento sobre a problemática do
homossexualismo, em outras palavras Francisco teria dito que de fato o Lobby
Gay é que é inaceitável para a Igreja, porem se um homossexual se aproxima, esse
deve ser acolhido e amado e não pode ser marginalizado nem mesmo por ele sendo
o papa.
Teria o papa cometido uma garfe? Teria mudado a doutrina através dessa fala?
Que monstro seria esse tal lobby?
Lobby é uma expressão da língua inglesa
que significa literalmente corredor e/ou antessala,
o nome também é usado para representar grupos organizados ou não, que investem certo
tipo de pressão para mudar alguma decisão do poder publico interpretada como desfavorável,
neste contexto, lobby gay são os
ativistas que pressionam a Igreja e as instituições conservadoras da moral e dos
bons costumes e do casamento natural segundo a ótica das sagradas escrituras e
da tradição do catolicismo. Tendo isso por base, o papa Francisco entende que
esses organismos são extremamente nocivos, porque quase sempre escondem seus reais
interesses políticos que não representam a individualidade do sujeito. Em suma,
é a defesa daquela máxima do senso comum, Deus ama o pecador, mas repudia o seu
pecado, uma coisa é a Igreja acolher e amar e não marginalizar o homossexual
que dela se aproxima, outra coisa é aceitar que esses movimentos imponham o
comportamento homossexual como sendo normal e legal.
Não podemos esquecer que um Papa
é o bispo de Roma, um representante politico do Estado do Vaticano e ao mesmo
tempo o guardião da infalibilidade da sã doutrina universal de todos os tempos,
ou seja, não pode mudar o que já está estabelecido, sobretudo no quesito
dogmático. Não é a intensão de Francisco ser diferente disso, nesse caso o que
ele disse aqui de forma espontânea foi mais uma confirmação do que o Catecismo
da Igreja Católica, no parágrafo 2358 já explicava porem sem mudar a sua essência:
“Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com
eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar
a vontade de Deus em sua vida e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício do
Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição." CIC
2358
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