Mais de dois mil anos e a Igreja segue rumo a eternidade cumprindo o mandato evangélico de proclamar a bem aventurada Virgem mãe de Deus e de todos nós (Lucas 2,1). Dentre os ofícios desse cumprimento está o dogma da Assunção de Maria aos céus de corpo e alma, um dos quatro dogmas Marianos proclamado ex- cathedra pelo papa Pio XII em 1950 por meio da constituição Munificentissimus Deus. Os biblistas e teólogos católicos gostam de dizer que a sempre virgem, sendo assumida na glória dos céus de corpo e de alma passou a gozar dos benefícios que todos nós somos chamados a desfrutar na eternidade, sendo assim, a Mãe em sua Glória nos céus assume ainda mais a sua condição humana que fora na terra.
Uma boa teologia Mariana deve brotar no Filho, transladar por todo o seu projeto de salvação e concluir seu trajeto no Cristo, ou seja, não podemos ser marianos sem ser cristológicos. Jesus é o centro de toda a fé católica, e todos os acréscimos nos remetem ao Cristo. É dificil pensar numa teologia que tenta se aproximar da expressão ecumênica renunciando os valores essenciais da fé católica, como também não podemos admitir exageros em nossos devocionais, perdendo o foco central que é a salvação em Jesus. "Se o Filho vos libertar sereis verdadeiramente livres." (Jo 8, 31).
Assunção quer dizer elevação, é uma expressão que tem suas raízes no latim assunta, elevada, carregada. Quando esse verbete vem para o nosso português ganha outros significantes interessante que pode enriquecer nossa compreensão: Maria assunta aos céus, Maria foi assumida aos céus, diferente da expressão bíblica do Cristo que Ascendeu aos céus em Marcos 16,19, ou seja Jesus por seus próprios méritos subiu de corpo e alma, Ele é Deus e Ele mesmo se elevou, foi elevado pelo Pai porque Ele e o Pai são um. Quando a Igreja afirma que Maria foi assunta ou elevada aos céus, nem carece de afirmar que Deus a elevou e ela não foi por suas próprias forças. Elevada ou assumida subentende-se a ação e ajuda de um outro indivíduo que a carregue, diferente de ascender ou elevar-se que descarta a ajuda de indivíduos e apenas sobe aos céus por suas próprias forças. Essa hermenêutica nos ajuda a reafirmarmos a total dependência de Maria por Deus e também como deve ser a nossa.
A expressão do verbo assumir com essa força de significados também se faz presente no Cristo em um outro momento, no entanto podemos dizer que num caminho inverso. Em Hebreus 2,14. Jesus assumi a condição humana e no contexto de sua total obediência ao projeto de salvação do Pai Ele despoja de sua gloria para se fazer pequeno e frágil como os seus, para poder assumi-los em sua Gloria no dia final. O Filho-Deus desce à terra pra se aproximar do homem, e a Mãe do Filho "sobe" aos céus aproximando-se (ainda mais) de Deus, e em Deus aproxima-se (ainda mais) do próprio homem. Se o Filho sendo Santo, assumiu a condição de homem para salvá-lo, Maria além de colaboradora por excelência desse projeto foi a primeira vítima a ser atingida por essa santidade.
Outra expressão mariana que ganhou notoriedade sobretudo a partir do pontificado de Bento XVI e através do Concilio Vaticano II é a Co-redentora, Maria participa da redenção do homem juntamente com seu filho. Santo Irineu aproximadamente no ano 200 da era cristã referia-se a Maria como "causa salutis", causa de nossa salvação. Uma argumentação lógica e "natural" dessa participação de Maria foram os seus atos e disponibilidades ainda em sua peregrinação terrestre, por ter gerado-O, por ter defendido-O quando Herodes procurava ocasião de exterminá-lO, apresentando-O ao mundo como o Noivo (João 2,1.) nas bodas de Caná, e em seus 33 anos vivendo na presença do Cristo e até o seu ultimo dia de vida carnal após a morte de seu filho, contudo na festa de sua Assunção a sua co-participação ganhou os céus, Maria não é só um bom exemplo para os cristãos como tentam dizer alguns teólogos ecumênistas por aí, Maria é nossa co-redentora nos céus, intercedendo por nós e inspirando-nos e defendendo-nos no combate entre os descendentes da Mulher e os descendentes do Dragão a antiga serpente. (Gêneses 3,15 à Apocalipse 12,1).
A festa da Assunção de Maria é o dia 15 de Agosto, porem por permissão do Vaticano o Brasil postergou essa festa para o Domingo para que fosse celebrada com mais vigor e participação de toda a comunidade.
Que a santíssima Virgem seja a alegria e salvação de nossos dias.
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