Quando era criança tinha muitos sonhos daqueles fantásticos, como por exemplo, os de super heróis e também muitos pesadelos como toda criança tem. Mas nenhum deles me deixava tão fascinado quanto ao que sonhava com o céu. Era um sonho que por muito tempo se repetiu. Neste sonho eu via de perto sentado num alpendre, uma multidão de homens e mulheres que passavam, eram belos homens e belas mulheres com roupas e cajados nas mãos, seus rostos brilhavam feito facho de luz e sua expressão era de uma alegria que nunca havia visto em ninguém, já se passaram mais ou menos vinte anos e ate hoje nunca vi igual alegria como aquele que era sentida no sonho. Seu enredo era simples, o sonho era simples eu apenas os via passar e ficava vislumbrado com a beleza, quando acordava ficava decepcionado torcendo para que se repetisse e quando repetia era o mesmo sonho, mas a minha alma infantil nunca o achava monótono.
Eis uma das grandes perdas que se tem quando se torna adulto, deixar de sonhar. Quando crescemos precisamos de provas concretas para acreditar nas coisas, tudo precisa ser muito concreto e preciso, neste universo de cálculos e teses, não cabe lugar para sonhos. A vida eterna apesar de ser uma verdade concreta e alicerçada na palavra de Deus, não é palpável, pelo menos por enquanto, afinal de contas estamos vivos neste mundo e a eternidade é uma promessa para depois dessa vida.
O cantor e compositor Humberto Gessinger da banda engenheiros do hawai, disse em uma de suas conhecidas canções “o céu é só uma promessa”. Essa frase pode realmente deixar alguém preocupado, afinal, de todos que morreram e foram pro céu, nenhum deles voltaram pra dizer se realmente estão lá e como se vive lá. Porem, o que não podemos nos esquecer é que, quem fez a promessa não é um homem que pode mentir e voltar atrás, quem nos prometeu foi o próprio Deus que não é como os homens (salmo 8,5; salmo 143,3) e não volta atrás em sua palavra “mesmo que as montanhas oscilassem e as colinas se abalassem, jamais meu amor te abandonará, jamais minha aliança de paz vacilara”.
O cristão que experimentou o senhor Jesus, deve sonhar com o céu, deve desejá-lo a ponto de não mais encontrar prazer neste mundo, dizia Santa Mary Harde “não te contentes com aquilo que é menor que Deus”. Em Deus está todo o contentamento e todo o prazer, não podemos desistir de viver ou perder o entusiasmo da vida, mas todo o nosso pensamento e esforços devem ser canalizados para a vida futura no céu, pois somos “eleitos segundo a presciência de Deus pai, e santificados pelo espírito e estrangeiro, espalhado por esse mundo” Ped 1,1-2.
Quando vamos fazer uma viagem para muito longe, onde nunca fomos, o sentimento e a expectativa começa dias ou até meses antes, no planejamento e na preparação das coisas. Aí pensamos “já não vejo a hora para poder viajar, tomar banho na lagoa, passear pelas ruas, comer daquela comida maravilhosa”. Como alguém já dizia em algum momento, as coisas humanas prefiguram mesmo que muito distante as coisas divinas, desta forma devemos ter um mesmo sentimento para com o céu, com isso viveremos melhor os dias que estivermos por aqui. Todo o homem vive de esperança e entusiasmos, o trabalhador trabalha duro na esperança do seu salário, o guarda espera ansiosamente pelo amanhecer, o esposo passa o dia inteiro já imaginando chegar em casa e encontrar a amada esposa e o cristão peregrina pelo mundo afora a divulgar a boa nova do reino e sua alma é sustentada pela promessa da coroa incorruptível.
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