No final da minha formação no ensino médio, herdei um costume que durou por muito tempo. O gosto pela literatura de guerra, influenciado pelas hilariantes aulas de um entusiasmado professor de História. Com isso, para reforçar o “arroz com feijão”, da grade escolar, li muitos livros sobre o assunto, dentre eles, “ O príncipe” de Machiavel, “As colinas da ira” de Leon Uris e por fim o clássico chinês “A arte da guerra!”.
A guerra por mais incrível que pareça tem o suas leis e suas regras e porque não dizer a sua própria arte, e cada vez mais, com o passar dos anos e dos milênios essa arte e essas leis ficam mais sofisticadas. Estudiosos dizem que essa pratica tem seus registros ainda primórdios da civilização humana, porem, eu como um adepto da teoria criacionista prefiro acreditar que a primeira fotografia de guerra se deu naquele dialogo entre Eva e a serpente, sobretudo na fala dessa infame criatura: “Sereis como deuses!”. Com isso o pecado entra no mundo e a partir daí, por consequência, surge o primeiro fratricídio da história com o conflito entre os irmãos Caim e Abel, desbaratando uma terrível guerra entre povos do antigo testamento que durou até os primeiros anos do cristianismo.
Mas não é sobre isso que quero me deter neste texto e sim sobre um conceito de guerra bastante pertinente para os nossos tempos. A Declaração de guerra. Foi a partir dos primeiros anos do século XX que as leis e as regras da guerra tiveram alterações e implementações regulamentadas pelo então chamado Direito Internacional, instituição com representantes legistas de várias nações do mundo. A “Declaração de guerra” é um ato devidamente regulamentado e protocolado feito através de documento autorizado por um membro do governo, que varia de acordo com o país. Em alguns países quem carrega essa autoridade é o Chefe de estado ou o conselheiro de segurança. De acordo com as leis, através dessa declaração está formalmente instituído a hostilidade entre as nações, ficando estritamente proibido haver qualquer tipo de combates e conflitos fora dos protocolos.
Trocando em miúdos, como faz um bom mineiro: Quando eu declaro guerra a alguém eu estou dizendo a ele: “Prepare as suas armas e o seu melhor exército que eu vou ataca-lo!” É ser gentil com o oponente, dando-lhe a oportunidade de se defender e a igualdade no combate. Ao contrario dessa prática, existem os conflitos, que são pequenas guerras particulares que por falta de uma declaração formal, é considerada ilegítima, porem até onde consegui mensurar, as maiores tragédias do mundo atual não foram as guerras, por mais trágico que pareça a guerra, às vezes, é a solução imediata e definitiva de um problema. As maiores tragédias, que acumulam o maior numero de vítimas são os conflitos particulares que chegam durar décadas e mais décadas amontoando corpos sobre corpos ao redor do mundo.
É como um câncer que ataca no interior do indivíduo, e esse prossegui o seu caminho naturalmente sem saber de nada, e quando o descobre já é tarde, o tumor está alastrado e a sentença já está dada. Partindo desse contexto, e fazendo uso dessa ilustração, podemos concluir que os conflitos nunca são bem-vindos, nem se esse estiver pautado na melhor das intensões. Pessoalmente, eu não prossegui nestes estudos por perceber que o seu produto é mais trágico do que a intensidade da beleza de sua filosofia, mas continuo preferindo e exaltando a nobreza dos que declaram a guerra, do que os que disseminam conflitos intermináveis.
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