CARTA DE RESPOSTA À UM PROTESTANTE, SOBRE O PEDIDO DE RENUNCIA DO PAPA
Por Claudio Roberto da Silva
A graça de nosso Senhor Jesus
Cristo, o Amor do Pai e a comunhão do Espirito Santo esteja contigo.
Ouvi com tristeza e piedade as
duras críticas que fizeste quanto ao pedido de renuncia ao cargo de pastor
universal da Igreja Católica de Joseph Ratzinger, nosso querido Papa Bento XVI,
em nosso último encontro de negócios em sua empresa. Tristeza por saber que não
somente você, sendo de inclinação Evangélica, mas a população mundial inteira
está sendo influenciada por uma mídia sensacionalista e anticristã que deturpa
as informações e sem responsabilidade as repassam a todos sem o mínimo de
respeito à religião.
Fiquei pensando se, eu, como um
líder formador de opinião católica, teria sido negligente ao ficar em silencio
enquanto você falava, mas logo após algumas reflexões e oração, percebi que foi
o mais correto. Se lhe falasse algo ali, eu era apenas um torcedor da “Igreja”
a defender seu “time” e a Cátedra Petrina sendo guiada e protegida pelo seu
supremo fundador Jesus Cristo não precisa de advogados e muito menos de torcida,
pois ele mesmo é o nosso advogado (I João 2:1) e seu
“time” é mais que vencedor desde sempre (Rm 8: 35-39).
Mas vamos aos fatos! Fomos
surpreendidos em pleno carnaval com a declaração de Bento XVI sobre a sua
renuncia que está pra ser oficializada no dia 28 de fevereiro. Assustou ao
mundo porque estamos diante de um fato histórico que não acontece a mais de 600
anos, mas não é o fim do mundo, e esse não é o primeiro Papa à renunciar e não
há nenhum problema de cunho teológico, eclesial ou social no fato, esta
possibilidade está prevista dentre as leis e orientações eclesiais.
Eu sempre disse que Bento XVI
teria um grande desafio ao assumir o ministério papal, pois seu predecessor
João Paulo II foi magnânimo, inclusive o levou até o ultimo momento,
enfrentando toda dor e sofrimento de sua idade e sua saúde. João Paulo II até
teria dito que um Papa não renuncia nunca, ao responder as indagações dessa
mesma imprensa que critica a decisão de Bento XVI, porem essa fala não se
baseia no direito canônico e nas orientações da Igreja, e sim uma eficiente retórica,
que ele sabia muito bem como empregar em sua oratória, que simplesmente
significa que um papa não desiste nunca dos seus ideáis, era a sua experiência pessoal.
Em 1294 papa Celestino V
renunciou ao cargo em menos de quatro meses de Pontificado e assim escreveu em
sua bula sobre a sua decisão abrindo outras possibilidades. Para alguns
teólogos a atitude de um papa renunciar ao cargo pode ser um grande exemplo
para o mundo, baseando-se no evangelho. “Os reis das nações as comandam e os
que exercem autoridade sobre elas se fazem chamar de benfeitores. Que convosco
não seja assim; ao contrario, o maior dentre vós se comporte como o menor; e aquele que comanda, como aquele que serve”
(Lucas 22, 24-26). Celestino V, ao renunciar o papado voltou a pobreza de seu
recolhimento e santidade até a morte sendo levado à honra dos altares 20 anos
depois, por seu exemplo de santidade e desapego. Acredito que o mesmo
acontecerá com Bento XVI, no que diz respeito à abdicar da vida publica para o
recolhimento da oração e meditação, conforme já afirmou que o pretende fazer.
Não é uma decisão fácil, para ser
tratado com tanta superficialidade como está acontecendo. Joseph Ratzinger é o
maior teólogo vivo de nossos tempos, recomendo ler o livro “Deus existe?” que
foi lançado antes de se tornar papa. Um caloroso debate entre ele e Paolo
Flores, um dos mais oponentes ateus do mundo. No livro Ratzinger defende com veemência
o cristianismo dos argumentos quase inquebrantáveis desse filósofo, perante uma
plateia composta por ateus, hereges, judeus e cristãos universitários. No debate
registrado na integra pelo livro, o então cardeal por várias vezes arrancou
aplausos atônitos e calorosos da assembleia, pela singeleza e clareza de sua
teologia.
Sua decisão, como ele mesmo afirmou, foi
tomada mediante muita reflexão e oração. Com certeza uma atitude profética
para os nossos tempos. Com sua saúde debilitada, Bento XVI reconhece que os
tempos vindouros exigirão do Papa católico uma ação mais precisa, mais presente
e mais vigorosa. Com isso, sua atitude também nos ensina a hora certa de parar,
a hora de deixar que outros façam o que eu não mais consigo independente dos
motivos. A hora de saber abdicar dos holofotes para se recolher na solidão da
oração.
Meu bom amigo, eu queria
discorrer em vários outros textos bíblicos e do magistério, para argumentar que
não há necessidade de desesperar e as palavras pré-concebidas devem ser
descartadas, quanto ao fato ocorrido, pois o texto ficaria muito longo e talvez
não o lesse, mas uma ultima resposta eu quero te fornecer à uma de suas ultimas indagações.
Você disse que a Igreja precisa
se renovar urgentemente, pois a juventude dela está perdida e indo para outras
igrejas. Ora, você não deve está acompanhando as estatísticas que apontam para
o numero cada vez mais crescente de jovens que estão retornando à Igreja
católica, um bom momento para verificar essa estatística é a jornada Mundial
que será no Brasil esse ano, que tem previsão de bater todos os recordes de
presença Jovem. Quanto à necessidade de renovação, o próprio Papa nos fez esse
convite na ultima semana, essas palavras ganham força por serem seus últimos
pronunciamentos. Porem, mesmo com todas essas evidencias eu vou aceitar com carinho
essa sua preocupação, pois nunca é demais guardar essa consciência cristã de
nascer de novo, de reforçar velhos conceitos e prever novas atitudes.
Termino fazendo-o o convite a
escutar noticiários que tenham um compromisso mínimo com a verdade, sobre os
acontecimentos que virão nos próximos dias ou meses, com a vinda do novo papa e etc., pois hoje é a Igreja
católica que está em evidencia e amanhã pode ser a comunidade protestante, e a
atitude deles será a mesma de ridicularizar, diminuir e omitir a realidade dos
fatos.
Deus o abençoe,
A graça e a paz de nosso Senhor
Jesus Cristo esteja sempre contigo. Com grande estima, seu amigo e irmão em Cristo Claudio Roberto da Silva.
Muito bom claudio!
ResponderExcluirGrande Artur ou Artur O grande, estamos juntos! Obrigado pela visita!
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