Edith Stein é a ultima dos onze irmãos de uma família judia, seus pais foram Siegfried e Augusta Courant
Stein. Até a adolescência, não obstante os pedidos de sua mãe em professar a fé
judaica, declarava-se ateia. Com toda gentileza que sempre preservou, Edith
acompanhava sua mãe à sinagoga mais por delicadeza do que por convicção
religiosa, passando o tempo a distrair-se e olhando para quem entrava e saía.
Na infancia, Edith desde muito cedo, demostrou –se muito intusiasmada com
os estudos, ficando sempre entre as mais destacadas alunas obtendo otimas notas
e notável participação nas aulas, mas aos quatorse anos entra numa terrivel
crise da adolecencia permanecendo assim por dois anos, querendo abandonar os
estudos. Sua mãe por prudencia a envia neste periodo para a casa de sua irmã
mais velha casada pra que lhe ajudasse nos afazeres de casa e manter a mente
ocupada. Sua mãe acreditava que assim ela estaria se preparando para a vida
conjugal futura, porem a menina se mostrou que não tinha mesmo o dom para domestica.
Sua irmã passava por uma crise matrimonial aguda, e a cidade de Hamburgo estava
muito frio, o que fez com que Edith se aprofundasse ainda mais na crise
deixando de vez as práticas religiosas e assumindo concientemente a descrença
em Deus.
A Vida academica
Em seu retorno para a casa a menina decidi-se voltar para os estudos,
concluindo o ensino médio e alcançando o bacharelado de acordo com a legislação
educacional da época. Na Universidade de Breslau cursou Psicologia e os cursos
de Lestras e História paralelamente, seu mergulho nos estudos já nesse tempo
era a sua procura pela verdade, o que a frustou, ao perceber os estreitos
horizontes oferecidos por essas diciplinas. Através de alguns amigos ouvira
falar da fenomenologia, ensinada por Edmund Husserl na Universidade de
Gottingen e se dirigi pra lá em 1913.
Lá chegando, além dos contatos com aquele professor, ela vai fazer
amizades com os filósofos que faziam parte do chamado círculo fenomenológico de
Gottingen, entre eles o casal Ana e Adolf Reinach e o casal Hedwig e Theodor
Conrad-Martius, de influência decisiva e marcante para toda sua vida a seguir.
Aquilo que Edith aprendia nas aulas com seu professor, nas leituras e em seus
trabalhos filosóficos, ela discutia e vivenciava com seu novo círculo de
amigos.
Quando estourou a Primeira Guerra
Mundial (1914-1918), muitos amigos de Edith Stein foram enviados ao front para
combater e ela considerando um dever imita-los, além de prestar algum tipo de
ajuda ao povo de seu País naquele momento terrível de sua História, resolveu
partir voluntariamente como enfermeira em algum hospital de Campanha. Assim fez
e após um breve curso na Cruz Vermelha e algumas discussões com sua mãe, em
1915 Edith partiu para o improvisado hospital em Mährisch-Weisskirchen, na
Áustria e lá acabou fazendo-se notar por colegas superiores e pacientes, pelo
seu extremo devotamento e disponibilidade. Seria esta, a primeira grande
experiência para ela – da angústia, do sofrimento e da
morte.
De
volta a Göttingen, Edith começou a escrever sua tese de doutoramento. Após
vários meses de exaustivas leituras, muitas discussões com o mestre e alguns colegas,
além de noites insones perdidas em anotações sem fim, em agosto de 1916 – Edith Stein apresenta sua tese para uma rígida
banca examinadora de professores da Universidade. O resultado final, após quase
oito horas de exame, foi uma nota máxima para sua tese, com a menção honrosa
“summa cum laude” ou “máxima com louvor” – a maior graduação possível. Naquele
momento a Dra. Edith Stein , se colocava entre as únicas doze mulheres doutoras,
que existiram na Alemanha dos últimos 500 anos !
A
Conversão
Completados 30 anos, Edith estando de férias na casa de amigos na Baviera,
no outono de 1921 se depara com o livro “O livro da vida” uma obra
autobiográfica de Santa Tereza D’Ávila, a leitura o cativa tanto, ao ponto de
lê-lo inteiro naquela mesma noite, ao final da leitura exclamou para si mesma
“Aqui está a verdade!”, apartir de então comprou um catecismo católico e passou
a estudá-lo e participar constantemente da vida da Igreja, às missas e recebendo
os sacramentos. A familia desgostada com a conversão da filha corta os laços
por algum tempo.
Ao receber o batismo em 1922, mudou radicalmente o seu modo de viver,
passando a se dedicar nos anos consectivos ao estudo das escrituras, meditação
da doutrina católica e publicação de estudos cientificos. Em 1933, entrou para
o mosteiro da Congregação das Carmelitas Descauças consagrando-se a Deus e
tomando o nome de Teresa Benedita da Cruz, expressando assim o seu amor a Jesus
Cruscificado e devoção à Santa Teresa de Ávila.
Edith se destacou como professora de uma importante instituição católica de
moças, sendo chamado por muitos em toda a Europa como Dra Edith. Consta em sua
biografia que juntamente com suas alunas Edith Stein elaborou um método inovador
de educação acansando prestigio entre os academicos.
Prisão e morte
Em 2 de agosto de 1942, dois
oficiais da S.S se apresentaram ao Carmelo de Echt, com ordens de levar Edith e
Rosa – que foram levadas de lá meia hora depois, carregando alguns pertences
básicos, em meio à benção de sua amorosa Madre, das orações aflitas de toda a
comunidade e da indignação geral de um grande grupo de holandeses que se
juntara à porta do convento. Neste dia, 242 judeus católicos foram deportados para campos de
concentração, como represália do Regime Nazista à mensagem dos bispos
holandeses. Edith e Rosa foram levadas em um comboio de carga, junto com outras
centenas de judeus e dezenas de convertidos, ao norte da Holanda no campo de
Westerbork.
Segundo testemunhas de
sobreviventes, Edith apesar de abatida e profundamente consternada com sua
situação, se diferenciava bastante dos outros prisioneiros que se entregavam ao
desespero, lamentações ou prostração total. Edith Stein , com todo seu
sofrimento contido, andava de um lado para o outro, procurando consolar os mais
aflitos e levantar o ânimo dos abatidos. Além disso, ela se mostrou
particularmente solícita e atenciosa com as inúmeras crianças que perambulavam
pelo campo sozinhas e confusas – fosse pela separação física de seus pais e
parentes, enviados a outros campos aleatoriamente, ou mesmo pelo abandono de
atenção e cuidados daqueles que apesar de estarem ali, já haviam se entregue ao
desespero e mesmo à loucura, esquecendo-se totalmente dos seus. Ainda de acordo
com testemunhas oculares, era muito comum ver “aquela freira alemã”, banhando,
penteando e alimentando um sem-número de crianças, quase ao mesmo tempo. Assim
Edith viveu alguns dias, suportando com paciência, doçura e conformidade à
Vontade de Deus, seu intenso sofrimento pessoal e daqueles que a cercavam.
No dia 7 de agosto de 1942 –
Edith, Rosa e centenas de homens, mulheres e crianças, subiram a bordo do trem
que os levaria ao campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau , ao qual chegariam
dois dias depois. Apesar de muitas incertezas a respeito, com a avaliação de
depoimentos e narrações posteriores ao final da Guerra, com grande
probabilidade – Edith e Rosa foram mortas na câmara de gás, poucas horas depois
de chegarem. Seus corpos, como os de milhões de outras pessoas, após o macabro
“banho de gás” ao qual eram submetidos, foram queimados.
Edith Stein foi beatificada por
Papa João Paulo II aos 11 de Outubro de 1998 sendo a sua festa oficialmente
celebrada no dia 09 de Agosto. Seu nome entre os santos e santas ficou grafado
como Santa Teresa da Cruz.
linda História!
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