Jacques Maritain foi um grande intelectual, humanista e uma peça
chave para a Igreja Católica no século XX. Juntamente com outro
estudioso francês, Etienne Gilson, reinterpretou o pensamento de São
Tomás de Aquino. Como autor, o conjunto de sua obra foi bastante amplo,
escrevendo mais 60 livros. Atuou na teoria do conhecimento, filosofia
religiosa, e estudos sobre os direitos humanos. Trabalhou em co-autoria
com sua esposa, Raissa Maritain, sobre a oração contemplativa e as
dimensões interiores na vida do cristão.
Thomas Merton e Jacques Maritain se encontraram apenas duas vezes: em 1939 quando Merton era ainda um neo converso, e novamente no outono de 1966, quando o monge Thomas Merton convidou Maritain para passar alguns dias em Gethsemani.
O relacionamento entre os dois se tornou mais próximo após a morte de Raissa.
Na visita que Maritain fez ao mosteiro, em 7 de outubro de 1966,
juntamente com John Howard Griffin (fotografo e grande amigo de Merton) e
uma jovem francesa chamada Elizabeth Fourest, temos um terno relato
desta última, a descrever a visita ao eremitério.
“Ele esperava por nós no portão da Abadia. Era um outono com cores maravilhosas, as cores do outono nas árvores e toda natureza. Era algo extraordinário. E foi a mais brilhante, a mais alegre, a mais divertida visita que tivemos durante este mês nos EUA. Thomas Merton nos convidou a entrar n0 eremitério. Era uma casa pequena, não no convento, mas no campo. Nós queríamos um carro para atravessar os campos, sem estradas, apenas uma pequena trilha. Esta casa com dois pequenos cômodos, uma lareira, uma mesa de trabalho, fotos de Merton nas paredes, livros, muitos livros, e vista do campo sossegado, de paz e silêncio, e algumas vezes cervos passavam pelas janelas. Então Thomas Merton nos recebeu lá, e Jacques estava sentando em uma velha poltrona próxima à lareira, e John Griffin com sua eterna câmera fotografando a todos, e Thomas Merton falando sobre tudo, sobre o Vietnam, sobre a mentalidade norte-americana, sobre Deus, sobre eternidade, sobre a Santíssima Trindade, sobre drogas, sobre tudo. Vida. Vida em sua totalidade. E isto foi brilhante. E de repente Jacques estava mais jovem diante deste Thomas Merton, que era realmente uma força natural. Thomas Merton leu para nós alguns poemas de Bob Dylan, e depois podíamos ouvir as músicas. E foi realmente extraordinário, (…) pois nesta casa minúscula o mundo inteiro estava concentrado.”
(texto traduzido por Leandro Mello a partir da página http://fatherlouie.blogspot.com.br/2007/07/life-in-its-totality-addendum-to.html)
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