Por ocasião da visita do professor, e articulista do GAZETA DO POVO, Carlos Ramalhete a nossa querida cidade de Coronel Fabriciano, na próxima sexta feira dia (16/05), para uma palestra promovida pelo Centro de Estudos Filosóficos Sto. Alberto Magno, posto aqui um de seus textos mais polêmicos no qual discorre com maestria, com argumentos muito sólidos e bem fundados sobre os perigos que ameaçam a prepotência do estado ao propor a possibilidade de pessoas do mesmo sexo adotarem crianças e ainda por cima exigir que se chame a isso de família. Conheça um pouco mais sobre as obras desse importante pensador católico contemporâneo que muito tem contribuído com o movimento conservador e pró-familia visitando a sua coluna sobre filosofia no site gazetadodopovo.com.br
Mais informações sobre o evento visitem a pagina no Facebook da instituição Santo Alberto Magno que está promovendo o evento, e é administrada pelo nosso amigo André Vieira.
"PERVERSÃO DA ADOÇÃO, Por Carlos Ramalhete"
Nada é mais cruel que crianças em bando, especialmente na escola.
Afinal, uma das coisas que a escola – com seus uniformes, sua separação
por idade etc. – ensina é a rejeitar o diferente. Uma criança que tenha
qualquer diferença vai certamente sofrer bastante, por mais que
professorinhas bem-intencionadas tentem lutar contra o “bule”, a
chaleira e a leiteira. Esse comportamento, que já é parte da natureza
humana, é exacerbado na escola.
Pois agora, além dos problemas de
sempre – gordurinhas a mais ou a menos, cor de cabelo, espinhas, nomes
estranhos... –, o STJ acaba de acrescentar mais um, ao fazer com que um
pobre menino, já vitimado pelo medonho sistema de “abrigos” para órfãos,
se veja com uma certidão de nascimento em que constam dois “pais”. Ele
foi entregue em adoção formal a dois homens.
Os pais de uma criança já esticam ao limite seus poderes naturais ao
criar empecilhos para os filhos. Conheço uma moça que há décadas (é, não
é tão moça assim) tem de explicar que se chama Kristiany, com “k” no
começo e “y” no fim.
Uma mãe até pode entregar seus filhos para que uma dupla de amigos do
mesmo sexo ou uma comunidade religiosa ou hippie os crie. Ela vai estar
criando uma dificuldade para a criança, mas ainda estará dentro dos
limites de seu poder de mãe. Esticando-os, é verdade, mas dentro dos
limites.
Quando o Estado o faz, contudo, não está mais agindo dentro de seus
limites. O Estado não pode registrar como “mães” de uma criança todas as
freiras de um convento em que ela seja criada, nem como “pais” uma
dupla do mesmo sexo. Uma certidão de nascimento em que constem os nomes
do pai e mãe adotivos é uma mentira piedosa, que serve para evitar
constrangimentos.
Por outro lado, por mais que haja quem tente “desconstruir a família
tradicional”, continua sendo biologicamente impossível ser filho de 20
freiras ou dois barbados. Uma certidão em que constem dois “pais” e
nenhuma mãe – ou 20 “mães” e nenhum pai – é um absurdo patente, um abuso
de autoridade por parte do Estado.
O Estado reconhece a família porque é nela que a vida é gerada. Um homem
e uma mulher se unem, geram filhos e os criam, e é do interesse de toda
a sociedade que isso funcione bem. Quando falta uma família, o Estado
pode entregar a criança a outra família, que a adota como nela houvesse
nascido. Conventos, comunidades hippies e uniões de pessoas do mesmo
sexo, contudo, podem ser modos de convívio agradáveis para quem neles
toma parte, mas certamente não são famílias. Isso é abuso, não adoção.
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